quarta-feira, 25 de março de 2009

Apresentação

Não posso viver sem:
minha filha;
meus familiares;
meus amigos.
Coisas que gosto em mim:
alegria;
gosto pela vida.
Virtudes que os outros me reconhecem:
estar sempre a brincar;
O que mais gosto nos que me são importantes:
honestidade;
amizade;
companherismo.
Momentos felizes da minha vida:
minha despedida do Brasil junto aos meus amigos;
o nascimento da minha filha.
Cheiros que gosto:
cheiro de bebés;
cheiro da terra molhada depois da chuva.
Um livro importante na minha vida:
Onze minutos
Um filme que gosto muito:
Dirty Dancing (assisti 48 vezes)
Pessoas que admiro:
minha mãe;
minha avó materna;
O que me lembra...
surpresa...
paraíso...férias no Brasil
branco...passagem de ano
linhas...
construção...familía
porto...abrigo
animal...cão
janela...saída
silêncio...preciso
fantasma...medo
altura...baixa

sábado, 21 de março de 2009

Poetando a 21 de Março


Gosto dos que não sabem viver,
dos que se esquecem de comer a sopa
((Allez-vous bientôt manger votre soupe,
s... b... de marchand de nuages?»)
e embarcam na primeira nuvem
para um reino sem pressa e sem dever.

Gosto dos que sonham enquanto o leite sobe,
transborda e escorre, já rio no chão,
e gosto de quem lhes segue o sonho
e lhes margina o rio com árvores de papel.

Gosto de Ofélia ao sabor da corrente.
Contigo é que me entendo,
piquena que te matas por amor
a cada novo e infeliz amor
e um dia morres mesmo
em «grande parva, que ele há tanto homem!»

(Dá Veloso-o-Frecheiro um grande grito?..)

Gosto do Napoleão-dos-Manicómios,
da Julieta-das-Trapeiras,
do Tenório-dos-Bairros
que passa fomeca mas não perde proa e parlapié...

Passarinheiros, também gosto de vocês!
Será isso viver, vender canários
que mais parecem sabonetes de limão,
vender fuliginosos passarocos implumes?

Não é viver.
É arte, lazeira, briol, poesia pura!

Não faço (quem é parvo?) a apologia do mendigo;
não me bandeio (que eu já vi esse filme...)
com gerações perdidas.

Mas senta aqui, mendigo:
vamos fazer um esparguete dos teus atacadores
e comê-lo como as pessoas educadas,
que não levantam o esparguete acima da cabeça
nem o chupam como você, seu irrecuperável!


E tu, derradeira geração perdida,
confia-me os teus sonhos de pureza
e cai de borco, que eu chamo-te ao meio-dia...

Por que não põem cifrões em vez de cruzes
nos túmulos desses rapazes desembarcados p'ra morrer?

Gosto deles assim, tão sem futuro,
enquanto se anunciam boas perspectivas
para o franco frrrrançais
e os politichiens si habiles, si rusés,
evitam mesmo a tempo a cornada fatal!

Les portugueux...
não pensam noutra coisa
senão no arame, nos carcanhóis, na estilha,
nos pintores, nas aflitas,
no tojé, na grana, no tempero,
nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio e
... sont toujours gueux,
mas gosto deles só porque não querem
apanhar as nozes...

Dize tu: - Já começou, porém, a racionalização do trabalho.
Direi eu: - Todavia o manguito será por muito tempo
o mais económico dos gestos!

*

Saber viver é vender a alma ao diabo,
a um diabo humanal, sem qualquer transcendência,
a um diabo que não espreita a alma, mas o furo,
a um satanazim que se dá por contente
de te levar a ti, de escarnecer de mim...


Alexandre O´Neill


sexta-feira, 20 de março de 2009

Inconformismo

Imposição, sinal de partida,
sossego, rodopio o pensar.
Nego, adultéro, justifico,
desafio, continuo a lutar.

Alusão sentimental,
imobiliza o pensar.
Catatónico nos membros,
aspiração para amar.

Enche o peito de alegria,
é ver os olhos brilhar.
A alegria tem sua cor,
para a tristeza basta a luz apagar.

Autor das quadras: João Rodrigues

Alegria no trabalho

Está na hora do sair,
momento de acabar.
Ficar depois da hora,
ferramentas arrumar.

Sujidade como medalha,
sujidade na pele entranhada.
Alimentas corpo cansado,
tiras a t-shirt suada.

Autor das quadras: joão Rodrigues

T-shirt preta com dizeres

Interior transformação,
diferente exterior parecer.
Emoção nova experimentar,
a cada seguinte amanhecer.

Catarse de empregos formais,
em angústias recalcada.
Tira-se a gravata,
deixa-se crecer a barba.

T-shirt preta com dizeres,
pulseira punk no braço.
jeans rotos no joelho,
mais café ,tenho olho baço.

Autor das quadras. João Rodrigues

Ego

É a ponta do iceberg,
mas markting inconclusivo.
Seu tamanho é maior,
mas grande parte está escondido.

Iceberg derretido,
do mundo medo tem.
Igual a semi-frio temporário,
que não intimida ninguém.

Autor das quadras: João Rodrigues

Resíduos Perigosos

Gerir os resíduos,
não os deixes acumular.
À outras soluções,
melhores do que os aterrar.

Levar resíduos para tratamento,
pois acumular não pode ser.
Além de ocupar espaço,
um incêndio pode acontecer.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Porto seguro

Alojo-me nos teus braços,
como em porto seguro.
Farto de tanto mar,
Farto de trabalho duro.

Não tenho nada para dar,
fico a olhar para ti.
Agradeço a tua ajuda,
Por cuidares de mim.

Autor das quadras: João Rodrigues

Acaso artistíco

Maquilhagem natural,
de sonhador inverterado.
Remela no olho,
cabelo desalinhado.

Acaso artístico,
para antigo sonhar.
Parece pessoa volátil,
mas integra no pensar.

Equilíbrio de formas,
o acaso artístico.
Contraste de sentires,
paradoxo místico.

Ritmo sem qualidade,
momento sem emoção.
A força desvanece,
só dor, comida e colchão.

Autor das quadras: João Rodrigues

Metástases de dor

O corpo prende-se em posição,
a mente quer movimento.
Encanhado na acção,
furioso no pensamento.

Com ódio ou não,
alimentas a contenda.
Cumpres objectivos,
viras a folha da agenda.

São metástases de dor,
quero é gritar.
Aquilo que é silencioso,
tenho de libertar.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Montras e etiquetas

Errático andar,
sem destino aparente.
Explosão de sentires,
tornar o sangue quente.

Combustão bioquímica,
biónica locomoção.
Ver montras e etiquetas,
sem aparente tostão.

Autor das quadras: João Rodrigues

Diz-me onde errar

Penso assim, pensa diferente,
diz-me onde errar.
Destroi-me a obra de arte,
interrompe-me o sonhar.

Tira-me aos gritos da cama,
com cataclismo imaginado.
Esfrangalha-me os nervos,
rir irónico desconsolado.

Destroi o difícil,
em inveja comodista.
Faz tu tambem igual,
sê ao menos copista.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Feminidade

Diriges-me a palavra,
em tom de desafio.
Inclinas a cabeça para a frente,
com rosto severo e frio.

Tua feminidade está nas coxas,
sem cara de agradar.
Máscula és de certeza,
contigo não quero ficar.

Autor das quadras: joão Rodrigues

A felicidade espreita

Monopolizas a felicidade,
diverge o meu pensar.
Corro atrás das respostas,
mas as perguntas estão sempre a mudar.

A felicidade espreita,
mas tu não a queres ver.
Olhas para o lado,
ignoras o acontecer.

Autor das quadras: João Rodrigues

Intenção de cativar

Beleza efémera mostras,
em intenção de cativar.
Eu não vou nessa,
pois o corpo está sempre a mudar.

Não sei o que sentir.
Não sei o que pensar.
Hipoglicémico para raciocínios.
Hipocondriaco para amar.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Tempo de Natal

Abro a carteira,
nem metal, nem papel.
Pesado apenas só,
de recibos de papel.

Pensar á margem,
flor em deserto.
Olhas ao longe,
mas a solução está perto.

Fujo ao dormir,
em insónia emocional.
Em Dezembro emoções únicas surgem,
próprias do tempo de Natal.

Autor das quadras: João Rodrigues

Vida idilíca

Loira por opção,
morena por nascimento.
Procuras rapaz rico,
que te dê sustento.

"Non fare niente",
teu lema ambicioso.
Sonhas vida idilíca,
ao lado do teu namorado.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Tesouro guardado

Do teu canto imaginas o mundo.
Sorris ao viajar.
Mas no final da viagem,
voltas ao teu lugar.

Num pensar só teu,
qual tesouro guardado.
Pensas a vida em grande,
mas só a vives um bocado.

Autor das quadras: João Rodrigues

Simbiose cooperação

Trocam-se beijos e abraços,
em fraternal comunhão.
Faz-se tréguas a disabores,
e pedidos de perdão.

Falsidade relacional,
simbiose cooperação.
Se um dia se zangam,
caem as paredes ao chão.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Óbidos-estágio 2008

Cansado chego ao cimo,
ainda com 8 horas pela frente.
Trabalho na casa mourisca,
a aprender a ser gente.

Tenho de aprender espanhol,
e italiano tambem.
O alemão fica para mais tarde,
agora o inglês está-se bem.

Vi estrangeiros, vi exposições,
e mouros na medieval.
Óbidos é animado,
o que será no carnaval.

Do D.Afonso ao D.Dinis,
Do Lidador ao Bubas Bar.
já não sei onde comer,
mas 10 euros tenho de levantar.

Obrigado diz-se sempre,
quer compre ou não.
Se não vender o Renato,
então vende o joão.

O cliente pede informação,
nós damos visita guiada.
Explicamos a ceramica,
mas não paga a entrada.

Não vi praia, não vi mar,
mas vi peixes a toda a hora.
Agora estou a beber,
porque está na hora de ir embora.

Autor das quadras: João Rodrigues

Vira o jogo do avesso

Se não somas vitórias,
se a tua ansia te consome.
Então vira o jogo do avesso,
nem que tenhas de passar fome.

Na busca do limite,
sobrevives a qualquer custo.
Ficas na vida mais vivo,
tomas a fome como um susto.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Medo da alegria

Dias e noites passaram,
muita água correu.
Já não sou o mesmo!
O que é que me aconteceu!?

Olhar distante e sisudo,
mas de abstrata euforia.
Vivo com os passos contados,
e com medo da alegria.

O que mais alcançar?
Quero é viver contente.
Viver o dia-a-dia,
e dar-me bem com toda a gente.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Polaroide existêncial

Quero-te agora,
com suor de ferormona.
Com roupa de trazer por casa,
quem o diz é a testerona.

Tua pele, magnetizada e louca,
desmagnetiza-me a agulha do norte.
Acabam-se os problemas existênciais,
e deixo de pensar na morte.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Palavra passe

Qual a palavra passe,
que abre o teu coração.
O meu já está aberto,
e espero que não digas não.

Cortejo-te com poesia,
olhando-te em espectativa.
Desce uns degraus até mim,
não sejas tão altiva.

Quero tocar tua pele,
fazer-te real para mim.
Deixar o amor platónico,
e ao amor fisíco dizer sim.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Um caminho a percorrer

A cerâmica é um mundo,
que estou a descobrir.
Das tintas de água aos vidrados,
peça chacotada vou cobrir.

Mete-se a loiça no forno,
e seleciona-se a temperatura.
Amanhã é outro dia,
com a surpresa da cozedura.

Anda tudo em alvoroço,
com trabalhos para fazer.
Os artistas não nascem feitos,
á um caminho a percorrer.

Frustação não é futuro,
e a ampulheta está virada.
À que mudar de rumo,
à que fazer-me á estrada.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Amolgadelas e condecorações

A vontade o coração o diz,
em silêncio introspectivo.
Faço das fraquezas forças,
e fortaleço espirito combativo.

A armadura da vida,
tem amolgadelas e condecorações.
Mas é precisso seguir em frente,
e deixar para trás frustações.

Autor das quadras: joão Rodrigues

Devagar sem alvoroço

Do lado de fora da porta,
ensaio a minha aparição.
Tua imagem visualizo,
apareçes de roupão.

Procuro transparencias e forças,
em teu corpo jovial.
Tento ler nas entrelinhas,
a tua exitação carnal.

Olha o sol domingueiro,
já é hora do almoço.
O dia começou tarde,
devagar sem alvoroço.

Que causa abraço,
e que me leva á exaustão.
È 8 ou 8O,
è a personalidade do João.

Quero mesa farta,
ou dieta gourmet.
Hoje tenho dinheiro,
amanhã logo se vê.

Autor das quadras: João Rodrigues

Praia em Setembro

Vim á praia em Setembro,
encontrei sitio para estacionar.
Já se foram embora os bikinis,
ficaram as gaivotas a grasnar.

E o marulhar do mar prolonga-se,
no ondular da vegetação.
Está algum vento,
mas mesmo assim á gente de calção.

Autor das quadras: João Rodrigues

Olhares fugitivos

Rosto quadrado,
estou a sorrir.
Estou enamorado,
não quero partir.

Procuram-se os olhos,
em olhares fugitivos.
Olho para eles,
para os ter cativos.

Calma sedução,
feita de enércia espera.
O exterior está calmo,
mas o interior acelera.

Autor das quadras: João Rodrigues

Leva-me pela mão

Seduz-me com o olhar,
tira-me desta indecisão.
Não me deixes sozinho,
leva-me pela mão.

Vem ver o mar,
dois azuis e um horizonte.
Dois corpos abraçados,
e um mirone no monte.

Leva contigo uma lembrança,
para o teu escritório sisudo.
Nas hores de stress,
lembra-te do rizonho pançudo.

Autor das quadras: João Rodrigues

sábado, 14 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

Desde a antiguidade que o número 13 tem sido considerado como um mau agoiro. Filipe da Macedónia, depois de ter juntado a sua estátua à dos Doze Deuses maiores, durante uma procissão, morreu assassinado pouco depois no teatro.
Na última refeição de Cristo com os apóstolos, a Última Ceia, os presentes eram treze. A Cabala enumerava 13 espíritos do mal. O 13º capítulo do Apocalipse é o do Anticristo e da Besta.
No entanto, o décimo terceiro num grupo aparece, também na antiguidade, como o mais poderoso e o mais sublime. É o que acontece com Zeus no cortejo dos doze deuses, no meio dos quais ele se senta ou caminha, como um décimo terceiro, segundo Platão e Ovídio, distinto dos outros pela sua superioridade. Ulisses, o décimo terceiro do seu grupo, escapa ao apetite devorador do Ciclope.
Na aritmo-simbologia de Allendy, este número representa um princípio de actividade 3 exercendo-se na unidade de um todo 10 que o contém e que, por conseguinte, o limita. Treze corresponderia a um sistema organizado e dinâmico, mas determinado e particular, e não universal; seria, de alguma forma, a chave de um conjunto parcial e relativo. Assim, R. Schwaller, interpreta-o como a força geradora, boa ou má. Pelos seus limites estáticos (o decenário estático) e dinâmicos (o ternário activo), o 13 marca uma evolução fatal em direcção à morte, em direcção à realização de um poder, dado que este é limitado: esforço periodicamente interrompido. De uma forma geral, o 13, como elemento excêntrico, marginal, errático, afasta-se da ordem e dos ritmos normais do universo: do ponto de vista cósmico, a iniciativa do 13 é antes de mais, má,porque a acção da criatura – não harmoniosa com a lei universal – só pode ser cega e insuficiente; serve para a evolução do indivíduo, mas agita a ordem do macrocosmos e perturba o repouso; é uma unidade que agita o equilíbrio das várias relações do mundo (12+1) (ALLS, 359).
Número sagrado fundamental na astronomia, no calendário e na teologia dos antigos mexicanos: os treze deuses e o deus treze no Popol-Vuh; o Sol no zénite e as doze estrelas; os doze deuses das chuvas, o primeiro, ou grande deus do céu*: a Décima terceira regressa… é ainda a primeira. E é sempre a única, ou o único momento. Pois tu és rainha, oh tu! A primeira ou última… (Gérard de Nerval). É neste sentido que é preciso interpretar a Morte, décimo terceiro arcano maior do Tarot: não significa um fim, mas sim um recomeço após a conclusão de um ciclo: 13 = 12 + 1.
Para os Astecas, é o número do próprio tempo, aquele que representa o fim da série temporal. É associado ao número 52, o século asteca (13 x 4), a ligação dos anos pela duração dos sóis. O primeiro e quarto sol, que duraram 676 anos cada um, são os mais perfeitos, dado que eles contêm apenas dois números: 13 x 52 = 676.
Treze dias é também a duração da semana asteca.
De uma forma geral, este número corresponde a um recomeço, com este matiz pejorativo de que se trata mais de refazer qualquer coisa do que de renascer. Representa, por exemplo, o perpétuo subir da montanha de Sísifo, ou o tonel, impossível de encher, das Danaides.

in Dicionário dos Símbolos

domingo, 8 de março de 2009